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O gigante e o alfaiate
Grimm Märchen

O gigante e o alfaiate - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 6 min

Era uma vez um alfaiate que era grande fanfarrão, embora muito mau pagador. Certo dia, deu- lhe na telha sair pelo mundo afora. Logo que lhe foi possível, abandonou a oficina, cantarolando alegremente.

Pelo caminho foi andando,
pelas pontes foi passando,
tivesse ou não tivesse gente,
para aqui para acolá,
mas sempre para a frente.

Quando saiu do recinto da cidade, avistou ao longe uma montanha pontiaguda e, no seu cume, uma torre tão alta que parecia furar o céu, a qual sobressaia do meio de uma grande floresta virgem. Cáspite! – exclamou o alfaiate, – o que será aquilo? E, espicaçado pela curiosidade, foi correndo naquela direção. Mas ao chegar lá, abriu, imensamente, os olhos e a boca. A torre tinha pernas! E ela transpôs de um salto a montanha abrupta e estacou como enorme gigante diante do alfaiate. – Que vens procurar aqui, mosquitinho? – bradou com uma voz tão estentórea como o retumbar de um trovão. O alfaiate balbuciou trêmulo:

– Estou vendo se me é possível ganhar um bocado de pão aí nessa floresta. – Se esse é o teu intento, podes vir desde já trabalhar para mim, – disse o gigante. – Por quê não? Se for necessário irei! Mas qual será meu salário? – Teu salário? – respondeu o gigante, – já o verás! Trezentos e sessenta e cinco dias por ano e mais um dia se o ano for bissexto; serve-te? – Que seja! – respondeu o alfaiate, e pensava consigo mesmo: „Deve-se esticar as pernas conforme o comprimento da coberta. Mas procurarei ver-me livre quanto antes.“

Então, o gigante disse-lhe:

– Vai, velhaquete, e traze-me uma bilha de água. – E por quê não o regato e mais a fonte toda? – perguntou o fanfarrão, e, pegando na bilha, foi buscar água. – O quê? O regato e a fonte toda? – resmungou o gigante por entre as barbas e, como era um tanto estúpido e tolo, ficou alarmado: „aquele malandro é muito sabido, sabe algo mais do que assar maçãs; provavelmente tom mandrágora no corpo. Cuidado, meu velho, esse não é criado para ti!“

Quando o alfaiate lhe trouxe a água, o gigante mandou-o cortar algumas achas de lenha, a fim de levá-las para casa. – Por quê não a floresta inteira de uma vez?

A floresta toda inteira,
com as árvores velhas e novas
e tudo o que ela contém. Liso e nodoso também?

perguntou o alfaiate, e foi rachar a lenha. – O quê?

A floresta toda inteira,
com as árvores velhas e novas
e tudo o que ela contém. Liso e nodoso também?

– E mais o regato com a fonte? – resmungou por entre as barbas o crédulo gigante; e seu medo aumentou ainda mais: – „aquele velhaco sabe demais, tem com toda a certeza mandrágora no corpo! Cuidado, meu velho, esse não é bom criado para ti.“

Quando o alfaiate lhe trouxe a lenha, o gigante mandou-o caçar dois ou três porcos-do-mato para o jantar. – Por quê não mil de uma vez e os demais também, com um só tiro? – perguntou o alfaiate farofeiro. – O quê? – exclamou assustadíssimo o gigante, tremendo de medo como um coelho: – por hoje basta; agora vai dormir. O gigante, de tão amedrontado, não conseguiu pregar olho durante a noite toda, e ficou a pensar na maneira de livrar-se daquele maldito criado embruxado. A noite é boa conselheira. Na manhã seguinte, o gigante e o alfaiate sairam e foram ter a um brejo todo cercado de salgueiros. Aí o gigante disse:

– Escuta aqui, alfaiate, senta-te num galho desse salgueiro; eu gostaria de ver se és capaz de vergá-lo com o teu peso! De um pulo o alfaiate encarapitou-se no galho; prendeu a respiração para ficar mais pesado, tão pesado que o galho dobrou-se até quase tocar o chão. Mas, infelizmente, teve de respirar de novo e, não tendo consigo o ferro de engomar, que sempre trazia no bolso, o galho ao voltar à sua posição normal, projetou-o a tal altura que nunca mais alguém o viu. Se ainda não caiu no chão, deve estar certamente planando pelo espaço até agora.

Leia outro conto de fadas curto (5 min)

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Gigante e o Alfaiate“ é um conto dos Irmãos Grimm que retrata a astúcia e esperteza de um alfaiate que, apesar de não ter habilidades físicas extraordinárias, consegue se livrar de uma situação potencialmente perigosa graças à sua inteligência e capacidade de improvisação.

No conto, o alfaiate é um fanfarrão que parte em busca de aventuras. Durante sua jornada, encontra um gigante que o contrata para realizar tarefas aparentemente impossíveis. No entanto, o alfaiate usa sua língua afiada e artimanhas verbais para convencer o gigante de que ele é mais poderoso e capaz do que realmente é. Isso faz com que o gigante, crédulo e assustado com a possibilidade de estar lidando com alguém sobrenatural ou perigoso, comece a temer o alfaiate.

No desenlace da história, o gigante tenta enganar o alfaiate, pedindo-lhe para realizar uma tarefa que parece inocente, mas com a intenção de se livrar dele. No entanto, a esperteza do alfaiate prevalece, e ele consegue escapar, deixando o gigante sem cumprir seu plano. O final ambíguo, com o alfaiate sendo arremessado para longe, sugere que sua sorte e astúcia o levaram a um destino desconhecido, mas ele continua livre e fora do alcance do gigante.

O conto ensina sobre a importância da inteligência e da astúcia perante a força bruta, destacando que, muitas vezes, o engenho supera a força física em situações difíceis.

„O Gigante e o Alfaiate“ é um conto que ilustra a astúcia versus força bruta, uma temática comum em obras dos Irmãos Grimm. Aqui, o alfaiate, apesar de ser fisicamente insignificante comparado ao gigante, utiliza sua esperteza e habilidade verbal para enganar e intimidar o gigante.

O conto começa com o alfaiate, um personagem que deixa claro desde o início seu gosto por viajar e sua habilidade em escapar de situações. Quando encontra o gigante, inicialmente parece desfavorecido devido à diferença de tamanho e força. No entanto, o alfaiate se aproveita da ingenuidade do gigante ao responder de forma exagerada às ordens dadas por ele.

A cada tarefa que o gigante pede, como buscar água, cortar lenha ou caçar, o alfaiate responde com uma proposta ainda mais surreal e impossível, levando o gigante a acreditar que ele é possuidor de poderes incríveis. O gigante, convencido de que o alfaiate pode fazer o impossível, fica cada vez mais alarmado e preocupado com o que considera ser feitiçaria.

O clímax é atingido quando o gigante tenta finalmente se livrar do alfaiate, propondo um teste de força no brejo. O plano do gigante é aparentemente inócuo, mas ao subestimar a capacidade do alfaiate de escapar de situações difíceis, ele permite que o alfaiate, de forma inusitada, seja catapultado para longe e desapareça para sempre.

O conto termina com uma imagem curiosa: o alfaiate subindo ao céu ou permanecendo por lá, uma metáfora para sua inteligência e capacidade de escapar amplamente dos problemas terrenos, talvez até mais além do que ele mesmo pudesse imaginar. A história, assim, sublinha o antigo provérbio de que „a caneta é mais poderosa que a espada“, ou, neste caso, que a inteligência pode superar a força bruta.

A análise linguística do conto de fadas „O gigante e o alfaiate“ dos Irmãos Grimm revela várias características típicas dos contos de fadas, bem como alguns elementos específicos deste conto em particular.

Introdução: Tal como muitos contos de fadas, a história começa com „Era uma vez,“ situando-a num tempo indeterminado e mágico.

O protagonista é apresentado: um alfaiate fanfarrão e curioso.

Desenvolvimento: O alfaiate encontra o gigante, uma figura ameaçadora e poderosa, que o emprega sob condições simbólicas curiosas (365 ou 366 dias de serviço, dependendo do ano ser bissexto). Este acordo estabelece a natureza surreal e fantástica das tarefas e o relacionamento entre os personagens.

Conflito: O alfaiate, através de sua astúcia e fanfarrice, constantemente impressiona (e intimida) o gigante com sugestões hiperbólicas sobre suas capacidades, levando a um aumento na tensão.

Clímax e Resolução: O clímax ocorre quando o gigante, temendo o suposto poder sobrenatural do alfaiate, tenta livrar-se dele usando um teste aparentemente simples, que resulta na ascensão do alfaiate aos céus. A resolução é aberta e humorística, com a possibilidade de que ele ainda esteja no ar.

Diálogo e Interação: O uso de diálogo direto entre personagens não só movimenta a narrativa como também cria humor e dramatiza a diferença de poder entre o gigante e o alfaiate.

Hiperbolismo e Repetição: O alfaiate usa hipérboles repetidamente para se gabar e confundir o gigante („Por quê não a floresta inteira de uma vez?. . . „). Esta técnica cria humor e caracteriza o alfaiate como astuto e audaz.

Ritmo e Musicalidade: A estrutura rítmica, especialmente no início („Pelo caminho foi andando, pelas pontes foi passando…“), é quase lírica e reflete a tradição oral de contação de histórias.

Lingüística Vernacular: Expressões como “velhaquete” e frases idiomáticas como “esticar as pernas conforme o comprimento da coberta” aumentam a riqueza cultural e contextual da história.

Astúcia vs. Força Bruta: O conto explora o tema clássico de inteligência versus força. O alfaiate, embora fisicamente fraco em comparação com o gigante, usa a astúcia para sobreviver e superar seu empregador.

Medo do Desconhecido: O gigante representa a força bruta e, paradoxalmente, o medo irracional do desconhecido, que é personificado no alfaiate aparentemente imbuído de poderes sobrenaturais.

Pressões Sociais: Frases como „Deve-se esticar as pernas conforme o comprimento da coberta“ sugerem temas de humildade e aceitação das limitações pessoais.

O conto „O gigante e o alfaiate“ é um exemplo clássico de como os contos de fadas usam elementos exagerados, personagens arquetípicos e humor inteligente para contar uma história que transmite valores culturais e morais, tais como a importância da inteligência e a capacidade de superar desafios aparentemente insuperáveis. A linguagem e a estrutura do conto contribuem para sua atemporalidade e capacidade de entreter e ensinar, características fundamentais dos contos de fadas dos Irmãos Grimm.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 183
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 1049
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson32.1
Flesch-Reading-Ease Índice37.9
Flesch–Kincaid Grade-Level10.9
Gunning Fog Índice14.2
Coleman–Liau Índice9.4
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado4.7
Número de Caracteres3.798
Número de Letras2.917
Número de Sentenças57
Número de Palavras681
Média de Palavras por frase11,95
Palavras com mais de 6 letras137
percentagem de palavras longas20.1%
Número de Sílabas1.262
Média de Sílabas por palavra1,85
Palavras com três sílabas160
Percentagem de palavras com três sílabas23.5%
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