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Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha
Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Märchen

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 13 min

Uma pobre viúva vivia isolada numa pequena cabana. Em seu jardim havia duas roseiras: em uma florescia rosas brancas, e, na outra, rosas vermelhas. A mulher tinha duas filhas que se pareciam com as roseiras: uma chamava-se Branca de Neve; a outra Rosa Vermelha. As crianças eram obedientes e trabalhadeiras. Branca de Neve era mais séria e mais meiga que a irmã. Rosa Vermelha gostava de correr pelos campos; Branca de Neve preferia ficar em casa ajudando a mãe.

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Contos de fadasImagem: Oskar Herrfurth (1862-1934)

As duas crianças amavam-se muito e quando saíam juntas, andavam de mãos dadas…

Elas passeavam sozinhas na floresta, colhendo amoras. Os animais não lhes faziam mal nenhum e se aproximavam delas sem temor. Nunca lhes acontecia mal algum. Se a noite as surpreendia na floresta elas se deitavam na relva e dormiam.

Uma vez, passaram a noite na floresta e, quando a aurora as despertou, viram uma linda criança, toda vestida de branco sentada ao seu lado. A criança levantou-se, olhou com carinho para elas e desapareceu na floresta. Então viram que tinham estado deitadas à beira de um precipício e teriam caído nele se houvessem avançado mais dois passos na escuridão.

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Contos de fadasImagem: Paul Hey (1867 – 1952)

Contaram o fato à mãe que lhes disse ser provavelmente o anjo da guarda que vigia as crianças.

As meninas mantinham a choupana da mãe bem limpa. Durante o verão, era Rosa Vermelha que tratava dos arranjos da casa e no inverno, era Branca de Neve. Á noite, quando a neve caía branquinha e macia, Branca de Neve fechava os ferrolhos da porta.

À noite sentavam perto da lareira e enquanto a mãe lia em voz alta num grande livro as mãozinhas das meninas fiavam; aos pés delas, deitava-se um cordeirinho, e atrás, em cima do poleiro, uma pomba muito branca dormia com a cabeça entre as asas.

Uma noite, quando estavam assim tranqüilamente, ouviram bater à porta e a mãe mandou Rosa Vermelha abrir a porta pois devia ser alguém procurando abrigo.

Ao abrir a porta Rosa Vermelha … um enorme urso que meteu a grande cabeça … através da abertura da porta. Ela soltou um grito e correu para o quarto; o cordeirinho pôs-se a balir, a pomba a voar, e Branca de Neve se escondeu atrás da cama da mãe.

-Não tenham medo, – falou o urso – Estou gelado me deixem aquecer perto da lareira.

-Pobre animal, disse a mãe, – chega perto do fogo, mas cuidado para não se queimar.

Então a mãe chamou as meninas. Elas voltaram e, pouco a pouco, aproximaram-se o cordeirinho e a pomba, sem medo.

-Meninas, disse o urso –por favor tirem a neve que tenho nas costas!

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Contos de fadasImagem: Oskar Herrfurth (1862-1934)

As meninas pegaram a vassoura e limparam o seu pelo; em seguida, o urso estendeu-se diante do fogo, grunhindo satisfeito. Não demorou muito, ela puseram-se a brincar com ele. Puxavam o pelo com as mãos, trepavam nas suas costas ou batiam nele com uma varinha de nogueira. Ele só reclamou quando elas se excederam.

– Rosa Vermelha e Branca de Neve, ele disse – tratem o pretendente como se deve!

Quando chegou a hora de dormir e as meninas foram deitar-se, a mãe disse ao urso:

-Fique perto do fogo e você estará ao abrigo do frio e do mau tempo.

Logo que amanheceu, as meninas abriram a porta ao urso e ele se foi para a floresta, trotando sobre a neve. A partir desse dia, ele voltou todas as noites, à mesma hora. Estendia-se diante do fogo e elas brincavam com ele.

Chega a primavera e tudo se cobre de verde, então o urso disse a Branca de Neve que tinha que ir embora e não voltaria durante o verão, pois tinha que proteger seus tesouros dos maus anões. No inverno eles permaneciam nas tocas; mas quando o sol derrete a neve eles saem e roubam tudo o que podem; escondendo em suas cavernas.

Ela ficou muito triste e quando abriu a porta para o urso passar, ele esfolou a pele na lingüeta da fechadura, e Branca de Neve viu o brilho de ouro, mas não teve certeza.

Algum tempo depois, a mãe mandou as meninas apanharem gravetos na floresta. Lá chegando, viram uma árvore caída ao solo, e no tronco, entre a relva, qualquer coisa se agitava, pulando de um lado para o outro. Ao se aproximaram, viram um anão de rosto acinzentado, envelhecido e enrugado, com uma barba branca muito comprida. A ponta da barba estava presa numa fenda da árvore. Ao vê-lo Rosa Vermelha perguntou como sua barba ficara presa na árbore.

-Sua estúpida!- respondeu o anão; – eu quis partir esta árvore para ter lenha miúda na cozinha, porque, com pedaços grandes, o pouco que pomos nas panelas queima logo; nós não precisamos de tanta comida como vocês, gente estúpida e glutona! Tinha introduzido a minha cunha no tronco, mas a maldita madeira é muito lisa, a cunha saltou e a árvore fechou-se tão depressa prendendo minha linda barba. Riem suas bobonas!

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Contos de fadasImagem: Oskar Herrfurth (1862-1934)

As meninas fizeram muitas força para livrar o homenzinho, mas não conseguiram desprender a barba, então Rosa Vermelha disse que precisariam de ajuda.

-Suas burras, – estrilou o anão, – Chamar mais gente? Não podem ter uma idéia melhor?

-Não fique nervoso, – disse Branca de Neve. – Vou resolver isto.

Tirou do bolso uma tesourinha e cortou a ponta da barba. Ao se ver livre, o anão agarrou um saco cheio de ouro oculto nas raízes da árvore e, pôs às costas, sem agradecer, saiu resmungando:

-Suas brutas! Cortaram-me a ponta de minha barba! O diabo que vos recompense!

Passado algum tempo, Branca de Neve e Rosa Vermelha foram pescar peixes para o jantar. Quando chegaram perto do rio, viram uma espécie de gafanhoto grande saltitando à beira d’água. Correram até lá e reconheceram o anão.

Rosa Vermelha perguntou; – você não quer se jogar na água?

-Não sou tão burro! – gritou o anão. – É esse maldito peixe que me arrasta para a água.

Para pescar o anão lançou a linha, mas o vento enroscou sua barba na linha e, nesse momento, um grande peixe mordeu a isca do anzol e suas forças não eram suficientes para mantê-lo fora da água, mesmo agarrando-se aos ramos.

As meninas seguraram o anão para desembaraçar sua barba, mas foi necessário usar mais uma vez à tesourinha e cortar outro pedaço da barba. Ele gritou, zangado:

-Isso é modo, suas patas chocas, de desfigurar a cara de uma pessoa? Já não bastava cortarem minha barba da outra vez, agora cortaram a parte mais bonita!

Pegando um saco de pérolas, escondido numa touceira ele sumiu atrás de uma pedra.

Pouco tempo depois, a mãe mandou as meninas à cidade comprar linha, agulhas, cordões e fitas. O caminho serpeava por uma planície de rochedos. Lá viram um grande pássaro pairando no ar, que depois de descrever um círculo cada vez menor, foi descendo, até cair sobre um rochedo não muito distante. No mesmo instante ouviram um grito. Correram e viram com horror que a águia segurava nas garras o seu velho conhecido, o anão, e se dispunha a carregá-lo pelos ares. As meninas seguraram o anão com todas as forças, e puxa de cá e puxa de lá, por fim a águia teve de largar a presa. Quando o anão voltou a si do susto, gritou-lhes com voz esganiçada:

-Não podem me tratar com mais cuidado? Estragaram o meu casaco! Suas, palermas!

Depois pegou um saco cheio de pedras preciosas e deslizou para dentro da toca, entre os rochedos.Sem se incomodar com sua ingratidão, elas foram pra cidade.

Ao regressarem pela floresta, elas surpreenderam o anão, que tinha despejado o saco de pedras preciosas num lugar limpinho. Os raios do sol caiam sobre as pedras, fazendo-as brilhar tanto, que as meninas, deslumbradas, pararam para as admirar.

-Que fazem aí de boca aberta? – berrou o anão; seu rosto acinzentado estava vermelho de raiva. Ia continuar xingando, quando se ouviu um grunhido surdo e, um enorme urso negro saiu da floresta.

O anão deu um pulo de medo, mas não teve tempo de alcançar um esconderijo: o urso cortou-lhe o caminho.

Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha Contos de fadasImagem: Oskar Herrfurth (1862-1934)

Então ele implorou:

-Querido urso eu lhe darei todos os meus tesouros! Deixe eu viver! Você nem me sentirá entre seus dentes. Pegue essas duas meninas gordinhas para o seu estômago!

O urso não ouviu suas palavras; deu-lhe uma forte patada que o estendeu no chão.

As meninas fugiram, mas o urso chamou os seus nomes e elas reconheceram a sua voz e pararam. Quando o urso as alcançou, caiu a sua pele e, surgiu um formoso rapaz, todo vestido de trajes dourados.

-Sou filho de poderoso rei, – disse ele – este anão mau me condenou a vagar pela floresta sob a forma um urso depois de ter roubado os meus tesouros e só com sua morte eu poderia me libertar.

Branca de Neve, pouco tempo depois, casou com o príncipe e Rosa Vermelha com seu irmão. Partilharam, entre todos, os tesouros que o anão tinha acumulado na caverna e a velha mãe viveu ainda muitos anos tranqüila e feliz junto de suas queridas filhas e as duas roseiras que foram plantadas diante da janela dos seus aposentos. E todos os anos elas continuaram a dar as mais lindas rosas brancas e vermelhas.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha“ é um conto dos Irmãos Grimm que narra a história de duas irmãs que vivem com a mãe em uma cabana no bosque.

A mãe tem duas roseiras em seu jardim: uma de rosas brancas e outra de rosas vermelhas, refletindo o nome das filhas. As irmãs são muito unidas, possuem personalidades distintas mas complementares: Branca de Neve é mais introspectiva e ajudadora, enquanto Rosa Vermelha é aventureira e vivaz.

Elas vivem em harmonia com a natureza, e em uma noite fria, um urso bate à porta pedindo abrigo. Com o tempo, ele se torna amigo da família e passa os meses de inverno junto delas. Quando chega a primavera, o urso precisa partir para proteger seus tesouros dos anões malignos que despertam na temporada mais quente.

As irmãs encontram um anão mal-humorado em várias ocasiões, ajudando-o a sair de enrascadas que ele mesmo cria por conta de sua barba comprida. O anão, ingrato, nunca demonstra agradecimento. As aventuras das irmãs culminam quando elas veem o anão prestes a ser atacado por um urso, que finalmente as liberta da sua ingrata presença quando o mata.

Após o urso vencer o anão, revela sua verdadeira identidade: um príncipe encantado sob um feitiço, que somente seria quebrado com a morte do anão. Branca de Neve acaba por se casar com o príncipe liberto, enquanto Rosa Vermelha casa-se com o irmão dele, um segundo príncipe. Juntas, elas e suas famílias vivem felizes, compartilhando a riqueza acumulada pelo anão, e a mãe delas vive em paz, cercada pelas alegrias dos netos e pelas sempre floridas roseiras.

Este conto tece temas de bondade inata, retribuição das ações negativas e recompensas para aqueles que vivem com pureza de coração e intenções. A harmonia com o mundo natural e a confiança nos outros são mostradas como virtudes que levam a um destino favorável.

„Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha“ é um conto de fadas fascinante e menos conhecido dos Irmãos Grimm, que muitas vezes é ofuscado pela popularidade de „Branca de Neve e os Sete Anões“. Este conto explora temas de amizade, bondade, e a dualidade da natureza humana.

Aqui estão algumas interpretações e temas principais do conto:

Relação com a Natureza: Branca de Neve e Rosa Vermelha vivem em harmonia com a natureza. Elas passeiam pela floresta sem medo, interagindo pacificamente com animais. Esta harmonia sugere uma conexão especial entre inocência pura e o mundo natural.

Dualidade e Complementaridade: As duas irmãs representam aspectos complementares da personalidade. Branca de Neve é mais calma e reflexiva, enquanto Rosa Vermelha é extrovertida e aventureira. Juntas, elas equilibram uma à outra, reforçando a ideia de que diferentes estilos de vida e personalidades podem coexistir e prosperar.

Virtude e Bondade: As irmãs demonstram bondade e atenção em várias circunstâncias, como quando ajudam o urso e o anão, apesar da ingratidão deste último. Suas ações gentis são recompensadas no final do conto, um elemento comum nos contos dos Irmãos Grimm que enfatiza a moral de que a virtude é recompensada.

Transformação e Libertação: O tema da transformação, comum em contos de fadas, é evidente quando o urso revela ser um príncipe encantado. Esta metamorfose sublinha a ideia de que as aparências podem ser enganosas e que a verdadeira essência pode estar oculta.

Conquista da Injustiça: O anão malicioso, que simboliza avareza e injustiça, acaba por ser derrotado. Sua morte permite a libertação do príncipe, permitindo que o conto termine com uma restauração da ordem e justiça.

Importância da Família e Lar: A mãe das meninas desempenha um papel secundário, mas importante, fornecendo um lar amoroso e seguro, que serve como um refúgio. As experiências das irmãs enfatizam o valor da família como base de apoio e segurança emocional.

Este conto, embora menos famoso, oferece ricas lições sobre caráter e comportamento humano através de suas metáforas mágicas e personagens encantadores.

A análise linguística de contos de fadas, como „Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha“ dos Irmãos Grimm, envolve a identificação de elementos narrativos, estruturas linguísticas e temas subjacentes.

Introdução: A história começa com o cenário de uma pobre viúva e suas duas filhas, comparando-as às roseiras em seu jardim. Este contexto estabelece a simplicidade e a harmonia inicial.

Desenvolvimento: As aventuras das meninas na floresta, seu encontro com um anjo, e a chegada do urso à sua casa constituem o desenvolvimento da ação, introduzindo elementos de mistério e fantasia.

Clímax: As interações repetidas com o anão e a presença do urso culminam em um clímax onde o urso ataca o anão, revelando-se como um príncipe encantado.

Desfecho: O final feliz onde Branca de Neve e Rosa Vermelha se casam, e a vivência em harmonia representa a resolução dos conflitos e restaurando a paz.

Personagens: As descrições são simples, mas efetivas. Branca de Neve é descrita como mais séria e meiga, enquanto Rosa Vermelha é mais enérgica. O contraste é estendido para a apresentação do anão (irritadiço e ingrato) e do urso (amigável e protetor).

Diálogos: São utilizados para caracterizar e avançar a narrativa. O anão usa um vocabulário ríspido, enquanto o urso, mesmo sendo um animal, comunica-se de maneira educada e pacífica.

Estilo: A linguagem é clara e direta, seguindo a tradição dos contos de fadas, que visa ser acessível para um público amplo. Frases como „não tenham medo“ e „pobre animal“ evocam a simplicidade e a moralidade típica dessas histórias.

Inocência e Bondade: As meninas mantêm sua pureza e bondade, ajudando mesmo aqueles que não merecem, como o anão.

Transformação: O conto apresenta a transformação do urso em um príncipe, um tema comum nos contos de fadas que simboliza a ideia de que há mais além do que se vê na superfície.

Natureza e Magia: O cenário da floresta, o jardim e os elementos mágicos (anjo, fala dos animais, transformação do urso) são fundamentais para criar uma atmosfera encantada.

Convivência com o estranho: A chegada do urso à cabana contrasta com o medo inicial das meninas, mas é superado pela convivência pacífica, espelhando a temática de aceitar o desconhecido.

„Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha“ oferece um panorama rico em simbolismo e lições morais. A harmonia entre a simplicidade do campo e a magia da floresta serve de cenário para uma história que celebra virtudes como bondade, coragem e amor familiar, características marcantes nos contos de fadas irmãos Grimm.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 161
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 426
TraduçõesDE, EN, DA, ES, FR, PT, FI, HU, IT, JA, NL, PL, RO, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson34
Flesch-Reading-Ease Índice33.2
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice14.7
Coleman–Liau Índice10.1
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado6.7
Número de Caracteres8.697
Número de Letras6.814
Número de Sentenças104
Número de Palavras1.550
Média de Palavras por frase14,90
Palavras com mais de 6 letras296
percentagem de palavras longas19.1%
Número de Sílabas2.905
Média de Sílabas por palavra1,87
Palavras com três sílabas351
Percentagem de palavras com três sílabas22.6%
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