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O espirito na garrafa
Grimm Märchen

O espirito na garrafa - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 13 min

Houve, uma vez, um pobre lenhador que trabalhava de sol a sol. Assim, conseguiu economizar um pouco de dinheiro e, chamando o filho, disse-lhe:

– Tu és meu único filho; o dinheiro que economizei com o amargo suor do meu rosto, quero empregá-lo na tua instrução; se aprenderes tudo bem, poderás manter- me na velhice, quando meus membros estiverem endurecidos e eu for obrigado a ficar em casa sem nada poder fazer. O jovem foi para a universidade, onde permaneceu algum tempo, aprendendo com grande aplicação, merecendo a admiração e os elogios dos mestres; tinha seguido vários cursos mas ainda não se aperfeiçoara em tudo, quando a mísera soma ganha com tanto sacrifício pelo pai acabou-se e ele teve de voltar para casa. – Ah, – lastimou-se o pai, – não tenho mais nada que possa dar-te e, nestes tempos ruins como andam, nem posso ganhar um só centavo além do pão de cada dia,
– Não te aborreças, meu querido pai, – respondeu o filho, – se esta é a vontade de Deus, certamente será para o meu bem e eu me conformarei. Quando o pai se preparava a ir à floresta cortar lenha para vender e assim ganhar alguma coisa, o filho disse-lhe:

– Quero ir contigo e ajudar-te. – Será muito duro para ti, meu filho, que não estás acostumado com trabalho pesado; não aguentarás. Além disso, só possuo um machado e não tenho dinheiro para comprar outro. – Vai à casa do vizinho, – respondeu o filho, – e pede-lhe um machado emprestado até eu ganhar o suficiente para comprar outro para mim. O pai foi ao vizinho e pediu-lhe emprestado um machado; e assim, na manhã seguinte, logo de madrugada, saíram os dois a caminho da floresta. O filho, alegre e desembaraçado, ajudou bem o pai. Quando o sol estava a pique, disse o velho:

– Sentemo-nos um pouco aí e comamos nosso lanche; depois continuaremos com mais vigor. O filho recebeu a ração de pão e disse:

– Descansa um pouco, meu pai; eu não estou cansado e prefiro dar um passeio pela floresta à cata de ninhos. – Ó tolinho, – respondeu o pai, – para que queres perambular pela floresta? Ficarás cansado e, depois, não terás força para erguer o braço. Fica aqui e senta-te perto de mim. O filho, porém, não lhe deu ouvidos e encaminhou-se para a floresta, comendo alegremente o pedaço de pão e olhando por entre os galhos a ver se descobria algum ninho. Andando a esmo, foi longe e chegou ao pé de um carvalho enorme, assustador, que deveria ter muitos séculos de existência, pois o tronco não poderia ser abraçado por cinco homens. Deteve-se a contemplar a árvore, pensando: „Muitos pássaros, certamente, fizeram ninhos lá em cima.“ Nisso, prestando ouvido, pareceu-lhe ouvir uma voz abafada a gritar:

– Solte-me daqui! Solte-me daqui! Olhou para todos os lados mas não viu coisa alguma, parecendo-lhe que a voz saía de dentro do chão. Então perguntou alto:

– Ondes estás? Quem chama assim? A voz respondeu:

– Estou aqui no chão, entre as raízes do carvalho. Ajuda-me a sair, ajuda-me a sair. O estudante pôs-se ativamente a revolver a terra debaixo da árvore, procurando entre as raízes, até que, por fim, numa pequena cavidade, descobriu uma garrafa. Erguendo-a e olhando-a contra a luz, ele distinguiu dentro dela uma coisinha em forma de rã, que pulava para cima e para baixo. – Solta-me daqui, solta-me daqui! – gritou novamente; e o estudante, sem pensar em maldade alguma, destapou a garrafa. No mesmo instante, saiu de dentro dela um espírito, que começou a crescer, e cresceu tão rapidamente que, em poucos minutos apenas, ergueu-se diante do estudante como um horrendo gigante do tamanho da metade do carvalho. – Sabes tu o que te aguarda por me haveres salvo? – gritou com voz terrificante. – Não, – respondeu o estudante, sem sombra de medo; – como haveria de sabê-lo?

O espirito na garrafa Contos de fadas

– Pois, então, digo-te já, – berrou o espírito; – tenho que torcer-te o pescoço. – Devias ter-me dito isso antes, – respondeu o estudante; – eu teria deixado que ficasses lá dentro. Mas a minha cabeça ficará firme no pescoço, pois há alguém mais que deve dar parecer no caso. – Qual alguém ou ninguém, – rugiu o espírito; – terás o que mereces. Achas que foi por misericórdia que fiquei preso tanto tempo? Não; foi por castigo. Eu sou o poderosíssimo Mercúrio; a quem me soltar tenho de lhe quebrar o pescoço. – Devagar, devagar! – respondeu o estudante; – não tenhas tanta pressa! Antes de mais nada, preciso saber se realmente estavas naquela garrafa e se és na verdade um espírito; se conseguires entrar e sair novamente, acreditarei; então poderás fazer de mim o que quiseres. – E a coisa mais fácil deste mundo, – disse o espírito, cheio de vaidade e orgulho. Encolhendo-se mais e mais, tornou-se fininho e pequenino como fora antes, conseguindo passar facilmente pelo gargalo da garrafa. Mal entrou, o estudante tapou bem depressa a garrafa com a rolha e atirou-a outra vez para dentro do buraco, entre as raízes do carvalho. Assim o espírito saiu logrado. O estudante dispuha-se a voltar para junto do pai, quando ouviu o espírito implorar lamentosamente:

– Solta-me daqui, solta-me daqui! – Nada, nada, – respondeu o estudante; – nessa não cairei segunda vez. Quem atentou uma vez contra a minha vida, quando o agarrar não o soltarei nunca mais. – Se me soltares, – disse o espírito; – eu te darei o suficiente para que vivas folgadamente pelo resto da vida. – Não, não – respondeu o estudante; – vais enganar-me como da primeira vez. – Estás dando um pontapé na sorte! – retrucou o espírito; – não te farei mal algum, e, ainda por cima eu te recompensarei regiamente. O estudante refletiu: „Vou arriscar talvez cumpra a palavra e não me faça mal.“ Destapou, novamente, a garrafa e o espírito saiu como da outra vez e se foi encompridando e aumentando até voltar a ser o enorme gigante. – Agora receberás a recompensa – disse o espírito, dando ao estudante um trapo largo como um emplastro, dizendo: – se tocas com uma das pontas deste trapo qualquer ferida, ela sarará imediatamente; se com a outra ponta tocares ferro ou aço, logo esse objeto se converterá em prata. – Está bem, – disse o estudante, – mas antes tenho de experimentar. E, aproximando-se de uma árvore, fez uma incisão na casca com o machado, depois aplicou em cima o trapo para ver o resultado. Imediatamente a casca se uniu e sarou, ficando tal como estava antes. – É! – disse o estudante; – realmente é como dizes. Agora podemos separar-nos. O espírito agradeceu por ter-lhe dado a liberdade e o estudante também agradeceu pelo seu presente e voltou para junto do pai. – Estiveste vagabundeando até agora, não é? – disse o pai. – Até esqueceste o trabalho! Eu bem sabia que não farias coisa alguma! – Não te amofines, meu pai; vou recuperar o tempo perdido. – Sim, sim; – disse, agastado, o pai, – quero só ver! – Cuidado, meu pai; vou derrubar aquela árvore aí, que ficará em pedaços. Pegando no trapo, esfregou com ele o machado e, em seguida, desferiu valente machadada no tronco; mas como o machado se havia transformado em prata, o gume dobrou-se. – Oh, meu pai, vê que espécie de machado me deste; entortou completamente ao primeiro golpe! Assustado com aquilo, pois o machado não era seu, o pai exclamou;
– Ah, meu filho, que fizeste! Agora tenho de pagar o machado e não sei como hei de fazê-lo; grande lucro me deu o teu trabalho! – Não te zangues, meu pai. Eu pagarei logo o machado. – Sim, seu toleirão, – falou o pai, – com que vais pagá-lo se não tens senão o que eu te dou? Pura fantasia de estudante tens na cabeça; quanto a rachar lenha, nada entendes! Passados alguns instantes, o estudante disse ao pai:

– Meu pai, eu não posso mais trabalhar; vamos fazer feriado por hoje. – O que estás dizendo? Achas que quero ficar de mão no bolso como você? Se quiseres, podes voltar para casa, mas eu continuarei aqui trabalhando. – É a primeira vez que venho a floresta e não conheço ainda o caminho; não posso voltar sozinho. Vem comigo? Tendo-lhe passado a raiva, o pai deixou-se persuadir pela maneira gentil do filho e acabou por voltar com ele para casa. Aí disse-lhe:

– Trata de vender o machado estragado e vê o que podes alcançar por ele; o que faltar terei que ganhar com o trabalho para compensar o nosso vizinho pelo dano sofrido. O filho dirigiu-se então à cidade, levando o machado a um ourives que, depois de o medir e pesar cuidadosamente, disse:

– Vale quatrocentas moedas, mas não tenho tanto dinheiro. – Não faz mal, – disse o estudante, – dai-me o que tiverdes. Confio na vossa honestidade para me pagardes o resto depois. O ourives deu-lhe trezentas moedas, ficando a dever-lhe cem. O estudante voltou para casa e disse ao pai:

– Já tenho o dinheiro; vai perguntar ao vizinho quanto quer pelo machado. – Eu já sei – respondeu o pai. – Uma moeda e meia. – Dá-lhe, então, três moedas; é o dobro do que vale e acho que é mais do que suficiente. Olha quanto dinheiro tenho! Entregou ao pai as trezentas moedas, dizendo:

– Não te faltará mais nada e poderás viver confortavelmente. – Santo Deus! – exclamou o pai admirado, – onde arranjaste todo esse dinheiro? O filho, então, contou o que lhe tinha acontecido e como acertara confiando na Providência Divina. Com o resto do dinheiro, voltou para a Universidade e continuou a estudar, aprendendo tudo quanto havia para aprender. Mais tarde, como podia curar todas as feridas com o pedaço de trapo, tornou-se o médico mais afamado do mundo inteiro.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Espírito na Garrafa“ é um conto dos Irmãos Grimm que, como muitos de seus contos, combina elementos de realismo com fantasia e magia. A história envolve temas de inteligência, perspicácia e a luta entre humildade e ganância. Aqui está uma breve análise dos aspectos e lições principais do conto:

Sacrifício e Educação: O conto começa com um pai lenhador que, apesar de sua pobreza, deseja dar ao filho uma educação para garantir um futuro melhor para ambos. Isso destaca o valor da educação e o sacrifício dos pais para o bem-estar dos filhos.

Curiosidade e Astúcia: O jovem estudante demonstra curiosidade ao explorar a floresta, o que o leva a descobrir o espírito na garrafa. Sua astúcia é evidenciada quando ele consegue enganar o espírito a retornar à garrafa, garantindo sua segurança e obtendo uma recompensa no final.

Moralidade e Sabedoria: A história enfatiza a importância de ser cauteloso e sábio ao lidar com promessas e potenciais ameaças. O estudante aborda a situação com inteligência, garantindo sua vitória sobre o espírito por meio da lógica e habilidade.

Recompensa e Responsabilidade: Depois de conseguir a habilidade mágica que lhe permite curar feridas e transformar metais em prata, o jovem usa esse poder não apenas em benefício próprio, mas também para ajudar seu pai. Isso demonstra um senso de responsabilidade e gratidão.

Providência Divina e Fé: O estudante menciona a providência divina como parte de seus sucessos, indicando um tema recorrente nos contos de fadas sobre a fé em forças superiores que guiam e recompensam ações justas e benevolentes.

Desfecho e Justiça: O final mostra o jovem retornando à universidade para completar seus estudos, usando seu conhecimento e a habilidade mágica para se tornar um médico renomado. A justiça é restaurada ao pai, que não mais precisa se preocupar com a pobreza, uma vez que seu filho agora pode sustentá-lo.

Em resumo, „O Espírito na Garrafa“ comunica uma série de lições sobre a importância da educação, a aplicação da inteligência em situações adversas, responsabilidade pessoal, e confiança em que boas ações e inteligência serão recompensadas.

„O Espírito na Garrafa,“ um conto dos Irmãos Grimm, explora temas como sorte, inteligência e a importância do conhecimento. Existem várias maneiras de interpretar essa história, cada uma revelando nuances diferentes e lições subjacentes.

A Importância da Inteligência e Astúcia: O estudante usa sua inteligência para lidar com o espírito, demonstrando que a esperteza pode superar a força bruta. Ele evita o perigo inicial usando lógica para enganar o espírito de volta à garrafa, demonstrando a importância de usar a mente em situações adversas.

Recompensa da Prudência e Cautela: A maneira como o estudante negocia com o espírito, lenta e cautelosamente, reflete a prudência. Ele não se deixa levar por promessas facilmente e só age quando tem certeza de que vale a pena, mostrando que paciência e avaliação cuidadosa de riscos e recompensas são virtudes valiosas.

Relação entre Pais e Filhos: A história retrata a relação entre o estudante e seu pai de maneira comovente, destacando o amor e o sacrifício do pai que deseja um futuro melhor para o filho. O filho, por sua vez, tenta retribuir o sacrifício do pai, mostrando como as gerações podem apoiar-se mutuamente.

Sorte e Providência: O conto também pode ser visto como uma narrativa sobre como a sorte, aliada à confiança na Providência Divina (como mencionada na história), pode levar a resultados positivos. A descoberta do espírito e a subsequente recompensa podem ser interpretadas como um ato de sorte providencial que transforma a vida do estudante.

Reflexão sobre o Poder e a Moralidade: O espírito é um símbolo de poder bruto, que, quando não controlado, representa uma ameaça. No entanto, quando liberado sabiamente, oferece grandes recompensas. Isso pode simbolizar como o poder, quando bem gerido e controlado, pode ser benéfico.

O Valor do Conhecimento: O estudante retorna aos estudos após conseguir o ouro, priorizando a educação. Isso sugere que o conhecimento é o verdadeiro tesouro que pode assegurar prosperidade e sucesso duradouros.

Essas interpretações mostram como „O Espírito na Garrafa“ é um conto rico que transcende a simplicidade de uma narrativa infantil, oferecendo lições complexas e adultas sobre a vida.

A análise linguística do conto „O Espírito na Garrafa“ dos Irmãos Grimm oferece um olhar fascinante sobre a estrutura narrativa e a linguagem utilizada, assim como sobre os temas e motivações subjacentes na história.

Estrutura Narrativa: O conto segue a estrutura clássica dos contos de fadas, com uma introdução que apresenta os personagens principais — o lenhador e seu filho — e a situação inicial de pobreza. A narrativa progride com um incidente transformador quando o filho encontra o espírito na garrafa, culminando em um clímax de tensão e astúcia, e se resolve com um desfecho favorável para o protagonista. Esta estrutura simples, mas eficaz, dá ao conto um ritmo cativante e uma clara progressão linear.

Personagens e Diálogo: Os personagens são definidos através de suas ações e diálogos diretos. O lenhador é caracterizado por seu trabalho duro e desejo altruísta de proporcionar um futuro melhor para seu filho. O filho demonstra inteligência, coragem e uma atitude positiva perante as adversidades. O espírito, por outro lado, representa uma ameaça inicial, mas também a oportunidade de transformação. Os diálogos são diretos e revelam as personalidades e intenções dos personagens.

Tema e Moralidade: O conto aborda temas de inteligência versus força, a importância da educação e confiança na providência. A astúcia do estudante ao lidar com o espírito sublinha a moral de que a inteligência e a presença de espírito podem superar desafios aparentemente insuperáveis. Além disso, o respeito pela providência divina é enfatizado, sugerindo que o destino intervém para recompensar aqueles que mantêm uma atitude positiva e ética.

Elementos Sobrenaturais e Simbolismo: O uso do espírito preso na garrafa é um elemento fantástico comum nos contos de fadas, simbolizando forças além do controle humano que podem ser boas ou más, dependendo de como são tratadas. A garrafa em si pode simbolizar restrição e controle, enquanto a transformação do trapo representa poder e a capacidade de mudar a realidade.

Linguagem e Estilo: A linguagem é simples e acessível, típica dos contos de fadas, para alcançar uma ampla audiência, incluindo crianças. O uso de repetições, fórmulas tradicionais („era uma vez“), e diálogos diretos contribuem para a fluidez e a clareza do texto. Há uma ausência de descrições detalhadas, o que é comum neste gênero, permitindo aos leitores ou ouvintes focar mais na moral e nos eventos principais do enredo.

Em conclusão, „O Espírito na Garrafa“ dos Irmãos Grimm é um exemplo notável de conto de fadas que combina elementos tradicionais do gênero com temas universais. Através de uma narrativa habilmente construída, personagens memoráveis e linguagem direta, o conto transmite lições atemporais de sabedoria, perseverança e moralidade.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 99
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 331
TraduçõesDE, EN, DA, ES, FR, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RO, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson36.1
Flesch-Reading-Ease Índice32.2
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice15.3
Coleman–Liau Índice10.4
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado6.6
Número de Caracteres9.336
Número de Letras7.204
Número de Sentenças115
Número de Palavras1.618
Média de Palavras por frase14,07
Palavras com mais de 6 letras357
percentagem de palavras longas22.1%
Número de Sílabas3.066
Média de Sílabas por palavra1,89
Palavras com três sílabas397
Percentagem de palavras com três sílabas24.5%
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