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O lobo e a raposa
Grimm Märchen

O lobo e a raposa - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 7 min

Houve, uma vez, um lôbo que tinha em sua companhia a raposa; e a coitada da raposa tinha de fazer tudo o que êle queria, pois era mais fraca; por isso, ficaria muito alegre se pudesse livrar-se de tal patrão. Certo dia, em que estavam atravessando a floresta, o lôbo disse-lhe:

– Pêlo ruivo, vê se me arranjas algo para comer, do contrário como-te. A raposa respondeu:

– Conheço por aqui um sítio no qual há um casal de ovelhinhas; se desejas, podemos apanhar uma delas. O lôbo gostou da idéia e concordou. Foram até lá e a raposa furtou a ovelhinha, entregou-a ao lôbo e afastou- se. O lôbo devorou-a num abrir e fechar de olhos mas não se satisfez; queria comer também a outra e foi bus-
cá-la. Mas foi tão desastrado que a mãe da ovelhinha percebeu-o e desandou a berrar e a balir tão fortemente, que os camponeses vieram correndo. Lá encontraram o lôbo e o espancaram, tão rudemente, que o pobre ficou reduzido a lastimável estado. Mancando e uivando, conseguiu arrastar-se para junto da raposa. – Pregaste-me uma boa peça! – disse éle – Eu quis apanhar o outro cordeirinho e vieram os camponeses, que me encheram de pancadas. – E tu, – respondeu a raposa – por que és tão guloso?

O lobo e a raposa Contos de fadas

No dia seguinte, voltaram ao campo e o lôbo disse:

– Pêlo ruivo, vê se me arranjas qualquer coisa para comer, do contrário como-te. – Conheço um sitiozinho aqui por perto, cuja dona hoje à tarde vai fazer bolinhos; se quiseres podemos ir buscar alguns. Foram até lá e a raposa esgueirou-se em tôrno da casa, tanto espiou e farejou que conseguiu descobrir o prato, furtou seis bolinhos e levou-os ao lôbo. – Eis aqui o que comer! – disse, e afastou-se para os seus afazeres. O lôbo engoliu os seis bolinhos de uma vez, dizendo:

– Chegam apenas para aumentar a vontade. Dirigiu-se à casa, puxou o prato logo de uma vez;
éste caiu e ficou em mil pedaços, fazendo um barulhão dos diabos. A mulher correu pura ver o que acontecia e descobriu o lôbo; pôs-se a gritar chamando mais gente que, sem dó nem piedade, desandou a espancar o lôbo até mais nfio poder; ôste, muncundo das duas pernas, saiu gemendo e foi ter com a ruposu. – Que boa peça me pregaste! – gritou choramingando – os camponeses pegaram-me e curtiram-me a pele sem dó nem piedade! – Mas, – respondeu a raposa – por que és tão guloso? No terceiro dia, tendo saído juntos, o lôbo arrastava-se penosamente; assim mesmo disse:

– Pelo ruivo, vê se me arranjas qualquer coisa para comer, do contrário como-te. A raposa respondeu:

– Conheço por aqui um homem que matou uma vaca e guardou a carne salgada dentro de um barril, na adega; vamos buscá-la. – Sim, – disse o lôbo – mas eu quero ir junto contigo para que me ajudes, do contrário não poderei fugir. – Como quiseres! – disse a raposa. Foi mostrando-lhe o caminho e as passagens ocultas que por fim os levaram à adega. Havia lá grande quantidade de carne, e o lôbo, esfaimado, atirou-se imediatamente a ela, pensando: „Não largarei tão cedo!“

A raposa também comia a valer, mas não deixava de olhar em volta, correndo de quando em quando para o buraco pelo qual haviam entrado a ver se estava ainda bastante delgada para passar por êle. O lôbo, intrigado, perguntou-lhe:

– Explica-me, cara raposa, por que é que corres de cá para lá e pulas para dentro e para fora? – Tenho, naturalmente, de espiar se vem alguém! – respondeu a espertalhona. – Mas aconselho-te a não comer demais.

– Ora, – disse o lôbo – não sairei daqui enquanto não esvaziar o barril. Nesse ponto, o camponês, que ouvira os saltos da raposa, desceu à adega; assim que o viu, a raposa deu um pulo para fora do buraco. O lôbo quis fazer o mesmo, mas tanto se empanturrara que seu ventre enorme não conseguiu passar pelo buraco e ficou lá entalado. Então o camponês pegou um pau e bateu-lhe tanto que o matou. A raposa, porém, fugiu para a floresta, muito feliz por ter-se livrado finalmente daquele glutão.

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Lobo e a Raposa“ é uma fábula repleta de lições sobre astúcia, ganância e as consequências das ações impulsivas. Nesta história dos Irmãos Grimm, encontramos uma raposa esperta que, embora subordinada ao lobo devido à sua força, utiliza sua inteligência para proteger-se e eventualmente superar seu agressor.

A narrativa começa com o lobo, sempre faminto e dominador, exigindo que a raposa encontre alimento para ele, sob a ameaça de torná-la sua refeição. A raposa, conhecedora dos arredores, guia o lobo a locais onde ele pode saciar sua fome, mas sempre de maneira a pôr o lobo em situações complicadas devido à sua ganância.

Primeiro, a raposa engana o lobo para que este roube ovelhas, onde a imprudência do lobo resulta em uma surra dos camponeses. Em seguida, durante o incidente dos bolinhos, o lobo novamente ignora os avisos da raposa sobre contenção, levando a mais punições. Finalmente, na tentativa de roubar carne de um barril, o lobo, incapaz de controlar sua gula, acaba entalado e encontra seu fim nas mãos do camponês.

Por meio desse conto, os Irmãos Grimm ilustram a sabedoria popular de que a esperteza e a cautela podem frequentemente superar a força bruta e a avareza. A raposa, apesar de menor e aparentemente mais fraca, sobrevive graças à sua inteligência e vigilância, enquanto o lobo perece devido ao seu apetite insaciável e falta de controle.

„O Lobo e a Raposa“ é um conto dos Irmãos Grimm que explora temas de astúcia, gula e punição. A história destaca a dinâmica entre dois personagens: a raposa esperta e o lobo faminto e impulsivo. Aqui estão algumas interpretações e análises possíveis do conto:

Astúcia versus Força Bruta: A raposa representa a inteligência e a astúcia, enquanto o lobo simboliza a força bruta e a impulsividade. Apesar da raposa ser fisicamente mais fraca, ela usa sua inteligência para enganar o lobo repetidamente, evidenciando que a sagacidade pode superar a força.

Consequências da Gula: O conto critica a gula e o excesso de consumo. O lobo, ao não escutar os conselhos da raposa e cego pelo apetite, acaba sofrendo consequências severas. A repetida insistência do lobo em comer sem prudência o leva à sua própria destruição.

Relações de Poder: A relação entre a raposa e o lobo pode ser vista como uma alusão às dinâmicas de poder e dependência. A raposa, apesar de subordinada ao lobo, encontra maneiras de minar a autoridade dele e, eventualmente, se liberta da opressão.

O Círculo de Vingança: A história também pode ser lida como um ciclo de vingança e sobrevivência, onde a raposa, mesmo sendo forçada a atuar contra sua vontade, manipula situações para garantir sua sobrevivência e, finalmente, vingar-se do lobo.

Moralidade e Justiça Poética: O conto oferece uma lição moral sobre como os maus hábitos e a falta de controle podem levar a um final desastroso. A justiça poética é servida quando o lobo recebe sua punição final pelas suas ações imprudentes.

Essa narrativa é rica em simbolismo e oferece muitas lições através da simplicidade de seus personagens e enredo, mantendo o estilo característico das obras dos Irmãos Grimm.

A análise linguística do conto de fadas „O Lobo e a Raposa“ dos Irmãos Grimm revela diversas características linguísticas e literárias que são típicas das obras dos Grimm e dos contos de fadas em geral.

Personagens Arquetípicos: *O Lobo* é retratado como um antagonista voraz e ingênuo, representando o arquétipo do vilão que não consegue controlar seus impulsos e é punido por isso. *A Raposa* funciona como o arquétipo do trickster: astuta, manipuladora e sempre buscando uma vantagem, usa sua inteligência para sobreviver e superar desafios.

Diálogo e Discurso Direto: O uso do discurso direto é uma característica notável, proporcionando vivacidade à narrativa e aproximando o leitor dos personagens. Os diálogos são breves, muitas vezes consistindo em ordens e réplicas rápidas, o que mantém o ritmo ágil do conto.

Moral Implícita: O conto oferece uma lição clara sobre gula e astúcia. O lobo, incapaz de controlar sua fome, encontra seu destino trágico, enquanto a raposa, que pensa antes de agir, consegue escapar. Isso reflete a moral comum nos contos de fadas de que a esperteza geralmente sobrepuja a força bruta.

Repetição e Estrutura Cumulativa: A repetição das situações — o lobo exigindo comida e a raposa inventando maneiras de alimentá-lo — cria uma estrutura cumulativa. Essa repetição fortalece o tema central da gula do lobo e da sagacidade da raposa e conduz o leitor ao clímax inevitável.

Conflito entre Animais: A escolha de animais antropomorfizados (com características humanas) permite um distanciamento emocional que facilita a transmissão de lições morais. O uso de animais também conecta o conto a tradições orais e a fábulas, onde animais frequentemente representam diferentes traços humanos.

Linguagem Simples e Direta: A linguagem empregada é direta e acessível, com frases curtas e vocabulário simples, permitindo que o público-alvo (provavelmente infantil quando os contos foram inicialmente registrados) compreenda e se engaje com a história.

Humor Sutil: A repetida incapacidade do lobo de aprender com seus erros acrescenta um elemento de humor ao conto, enquanto a raposa astuta proporciona momentos irônicos com suas respostas espirituosas.

Observando essas características, pode-se apreciar como „O Lobo e a Raposa“ usa elementos tradicionais dos contos de fada para oferecer uma narrativa envolvente que ensina lições de forma lúdica e memorável.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 73
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 41
TraduçõesDE, EN, DA, ES, FR, PT, IT, JA, NL, PL, RO, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson33.8
Flesch-Reading-Ease Índice35
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice15.3
Coleman–Liau Índice9.3
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado6.1
Número de Caracteres3.881
Número de Letras2.981
Número de Sentenças47
Número de Palavras700
Média de Palavras por frase14,89
Palavras com mais de 6 letras132
percentagem de palavras longas18.9%
Número de Sílabas1.297
Média de Sílabas por palavra1,85
Palavras com três sílabas164
Percentagem de palavras com três sílabas23.4%
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