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O nabo
Grimm Märchen

O nabo - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 9 min

Era uma vez dois irmãos, que serviam ambos como soldados. Um era bastante rico e o outro muito pobre. O pobre, para sair das aperturas, tirou o uniforme e tornou-se camponês. Lavrou e capinou bem o seu pedaço de terra e nela semeou alguns nabos. A semente germinou e brotou viçosa, mas um pé de nabo cresceu mais que os outros, tão grande e exuberante como nunca se vira. Aumentava a olhos vistos e não parava de crescer; estava tão alto que se poderia chamá-lo o rei dos nabos, porque desse tamanho nunca se vira e jamais se verá. Por fim, tornou-se tão grande que por si só enchia todo o carro, e para puxá-lo era necessária uma junta de bois. O camponês não sabia o que fazer com ele; e não podia imaginar se aquilo seria a sua sorte ou desgraça. E consigo mesmo raciocinava: „Se o venderes, quanto poderás ganhar? Comê-lo, também é tolice, pois os nabos pequenos fazem o mesmo proveito; o melhor que tens a fazer e dá-lo de presente ao rei.“

Se bem pensou, melhor o fez. Carregou o nabo no carro, atrelou a junta de bois, levou-o ao castelo e deu-o de presente o rei. – Que extravagância é esta? – disse o rei admirado: – já vi muitas coisas esquisitas, mas um monstro desta espécie nunca me foi dado ver. De que qualidade de semente terá ele nascido? Ou então, é um prodígio que acontece somente a ti por seres favorito da sorte? – Ah, não, Majestade! Não sou, absolutamente, o favorito da sorte; não passo de um pobre soldado que, não podendo mais aguentar a miséria em que estava, dependurou o uniforme no cabide e se tornou agricultor. Aliás, tenho um irmão que é muito rico; esse Majestade, vós o conheceis. Eu, porém, por ser muito pobre, sou ignorado de todos. O rei apiedou-se dele e disse-lhe:

– Pois bem, vou tirar-te da miséria; eu te darei tantas coisas que ficarás tão rico quanto teu irmão. Então deu ao camponês um montão de moedas de ouro, deu-lhe campos, vergéis e rebanhos, tornando-o tão rico que a fortuna do irmão não podia comparar-se à sua. Quando o irmão veio a saber o que lhe rendera um único nabo, ralou-se de inveja e pôs-se a escogitar um meio de conseguir também igual sorte. Na sua pretensão, porém, achou que devia fazer as coisas com maior esperteza; então apresentou ao rei muito ouro e belos cavalos, não duvidando que receberia em troca presente bem maior, pois, se o irmão havia obtido tanto por um simples nabo, quanto não conseguiria ele por todas essas coisas tão preciosas? O rei aceitou o presente. Mas disse-lhe que, em troca, não via coisa melhor e mais rara para dar-lhe, do que o fabuloso nabo. Assim o rico foi obrigado a carregar no carro o nabo gigantesco de seu irmão e levá-lo para casa como. presente do rei. Em casa, não sabia em quem despejar a sua ira e despeito; tão raivoso estava que foi assaltado por maus pensamentos e concebeu um triste projeto. Resolveu matar o irmão. Para levar a efeito esse desígnio, assalariou alguns bandidos, mandando que ficassem de atalaia em determinado lugar. Depois foi à casa do irmão e disse-lhe:

– Meu caro irmão, eu sei de um lugar onde há um tesouro oculto; vamos juntos cavar a terra para retirá-lo e depois repartiremos tudo entre nós dois. O irmão aquiesceu; longe de suspeitar qualquer embuste prontificou-se a acompanhá-lo. Saíram de casa, e, quando já estavam longe, os sicários precipitaram-se sobre ele, e depois de o amarrar fortemente, pretendiam enforcá-lo no galho de uma grande árvore. Já se preparavam para fazê-lo quando ecoou ao longe um canto e o patear de cavalo. Os sicários, tomados de susto, meteram a presa dentro de um saco e içaram-no até ao galho da árvore; em seguida, fugiram a toda pressa. Lá em cima onde se achava, o pobre homem tanto fez e mexeu que conseguiu abrir um buraco no saco. Pondo a cabeça para fora, viu que o viandante não era senão um jovem estudante boêmio, o qual montado no cavalo, vinha pela estrada, cantando alegremente, a sua canção. O homem lá de cima, no vê-lo passar, gritou:

– Sê bem-vindo! E bons olhos te vejam. O estudante olhou para todos os lados, sem atinar de onde provinha aquela voz; enfim, perguntou alto:

– Quem me está chamando? Do alto da árvore, o outro respondeu:

– Ergue os olhos! Estou aqui no alto, dentro do saco da sabedoria. Em curto espaço de tempo, aprendi aqui tais coisas que, comparando-Se a elas, o que se ensina em todas as escolas não passa de ninharia. Daqui a pouco terei aprendido tudo o que quiser. Então descerei e serei o homem mais sábio do mundo. Já conheço as constelações e os signos do céu, o soprar dos ventos, a areia do mar, a cura das enfermidades, a virtude das ervas, dos pássaros e das plantas. Se estivesses aqui dentro, tu também sentirias os eflúvios maravilhosos que se desprendem deste saco da ciência! Ouvindo tais coisas, o estudante ficou maravilhado e disse:

– Bendita seja a hora em que te encontrei! Não poderia subir também e entrar no saco da sabedoria? Como que a contragosto, o de lá de cima respondeu:

– Pedindo e rogando, poderás subir um pouquinho; mas tens de esperar ainda uma hora; pois falta-me ainda aprender uma coisa. Depois de esperar certo tempo, o estudante cansou-se e pediu que o deixasse entrar no saco, porquanto a sua sede de saber era deveras grande. Então o de cima fingiu aquiescer. – Para que eu possa sair da casa da sabedoria, tens de soltar a corda e descer o saco; assim, saindo eu, entraras tu. O estudante soltou a corda, desamarrou o saco e libertou o homem, dizendo:

– Anda depressa; agora, suspende-me. E estava para entrar de pé no saco. – Alto lá! – disse o outro, – assim não vai. Agarrou-o pela cabeça, meteu-o dentre de pernas para o ar, amarrou bem a boca do saco e com a corda içou o faminto discípulo da sabedoria; deixou que balouçasse um pouco no ar, depois disse:

– Como estás, companheiro? Acho que já começas a sentir como vem a sabedoria; é uma ótima experiência, verás! fica aí quietinho até que te tornes mais esperto. Em seguida, montou no cavalo do estudante e foi-se embora. Mas, uma hora, mais tarde, mandou alguém para tirar o estudante de lá e entregar-lhe o cavalo.

Leia outro conto de fadas curto (5 min)

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Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Nabo Gigante“ é uma história fascinante que captura a essência dos contos de fadas dos irmãos Grimm, com suas lições de moral e suas reviravoltas intrigantes. Nesta narrativa, vemos dois irmãos, um rico e um pobre, cujas vidas tomam rumos diferentes através de circunstâncias curiosas e inesperadas.

O conto começa com o irmão pobre que, tentando melhorar sua sorte, cultiva um nabo tão grande que é digno de ser chamado o „rei dos nabos“. Decidindo presentear o rei com o nabo extraordinário, o camponês é recompensado generosamente, tornando-se mais rico do que poderia imaginar. Esse ponto da história destaca a ideia de que atos desinteressados e a simplicidade podem trazer recompensas inesperadas.

Por outro lado, o irmão rico, movido pela inveja, tenta obter uma recompensa ainda maior do que a recebida pelo irmão, oferecendo ao rei presentes valiosos. No entanto, o rei, em uma reviravolta astuta, decide presenteá-lo com o gigante nabo. Aqui, a história nos ensina sobre os perigos da ganância e das comparações com os outros.

A narrativa então se aprofunda em um plano sinistro do irmão rico para se vingar, mostrando como a inveja pode levar a ações destrutivas. Contudo, a sorte novamente favorece o irmão pobre, que é salvo de seu destino por um jovem estudante e consegue escapar de uma situação desesperadora.

A história culmina com uma reviravolta onde o irmão pobre consegue enganar o estudante que desejava o conhecimento do „saco da sabedoria“, destacando como a esperteza e a adaptabilidade podem ser tão valiosas quanto a própria sabedoria.

Por fim, a narrativa, com suas voltas e reviravoltas, ilustra temas universais como a simplicidade, a inveja, a justiça e a esperteza, características tão inerentes aos contos dos Irmãos Grimm, que continuam a ressoar através das gerações.

O conto dos Irmãos Grimm, „O Nabo“, oferece um olhar interessante sobre a dinâmica entre dois irmãos e as circunstâncias altamente improváveis provocadas por um simples nabo. Este conto, como muitos dos Grimm, vai além de uma simples narrativa, trazendo à tona temas como inveja, ambição, astúcia e justiça poética.

A Fortuna e a Sorte: O conto apresenta a questão da sorte e do destino. O irmão pobre encontra um nabo gigante, o que mudará sua vida ao oferecê-lo ao rei. Essa reviravolta mostra como a sorte pode se manifestar de maneiras inesperadas e servir como um agente de mudança.

Inveja e Avareza: O irmão rico, incapaz de lidar com o sucesso do irmão mais pobre, é consumido pela inveja. Ele é motivado por sua ganância a buscar uma recompensa maior do rei. Isso reflete a ideia clássica de que a inveja pode levar à própria destruição.

A Astúcia e a Justiça Poética: O conto também valoriza a esperteza. O irmão pobre não apenas ganha fortuna por acaso, mas também escapa de uma situação de vida ou morte com inteligência, ao enganar tanto os bandidos contratados quanto o estudante boêmio.

A Moral do Nabo: O presente extravagante do nabo cria um ciclo de eventos que destaca ironicamente como a simplicidade pode, paradoxalmente, ser mais valiosa do que itens materiais dispendiosos. Trata-se de questionar o valor percebido das coisas.

Crítica Social: A narrativa pode ser vista como uma crítica social que desafia a atribuição de valor e qualidade com base na riqueza material. O irmão que tinha menos acaba por ter mais, enquanto o irmão rico é humilhado pela postagem de valor no objeto simples, mas único.

„O Nabo“, portanto, serve como uma fábula sobre os perigos da inveja, as reviravoltas do destino e a sabedoria de valorizar o extraordinário nas coisas aparentemente comuns. Num contexto mais amplo, ele ilustra como os contos de fadas dos Irmãos Grimm frequentemente funcionam em múltiplos níveis, oferecendo entretenimento, mas também reflexões sobre comportamento humano e valores sociais.

„O Nabo“ é um conto dos Irmãos Grimm que traz várias camadas de significado e temas interessantes para análise linguística e literária.

Vocabulário e Estilo: O texto utiliza um vocabulário acessível, característico dos contos de fadas, mas também incorpora palavras e estruturas que conferem um tom arcaico, como se vê em expressões como „Ah, não, Majestade!“ e „meu caro irmão“. O estilo é direto e claro, transmitindo a história sem complexidade desnecessária, o que é típico dos contos tradicionais orais, que eram concebidos para serem contados e ouvidos, mais do que lidos.

Estrutura das Frases: Utiliza-se uma construção frasal que, por vezes, parece formal e antiquada, com orações subordinadas e um uso proeminente do discurso indireto livre para descrever pensamentos e intenções dos personagens. As descrições são curtas, mas efetivas, pintando um quadro claro da situação, como na descrição do desenvolvimento do nabo e o momento de tensão quando o irmão tenta enganar o estudante.

Diálogos: Os diálogos são funcionais e ajudam a mover a trama para frente enquanto revelam o caráter e as intenções dos personagens. A interação entre os personagens é muitas vezes marcada pela ironia e pela intenção de enganar, como se evidencia na relação entre o irmão pobre e o estudante.

Sorte e Astúcia: A diferença de sorte entre os irmãos e a recompensa inesperada para o irmão pobre destacam como a simplicidade e a humildade às vezes podem superar a riqueza e a ganância.
Inveja e Ambição: O conto explora como a inveja pode levar a ações autodestrutivas, exemplificado pelo irmão rico que tenta ultrapassar o pobre e acaba humilhado.
Sabedoria e Engano: O episódio com o estudante e o „saco da sabedoria“ adiciona uma camada de humor e ironia ao conto, onde o aparente conhecimento superior é um meio de enganar.

O Irmão Pobre: Simboliza humildade e sorte. Ele age sem maldade e é recompensado por sua generosidade.
O Irmão Rico: Representa a arrogância e a ganância. Sua tentativa de sobrepujar o irmão com presentes valiosos resulta em humilhação.
O Estudante Boêmio: Uma figura cômica e ingênua que é facilmente enganada devido à sua sede de conhecimento.

Moral e Mensagem: A moral do conto pode ser entendida como um aviso contra a inveja e a ganância, destacando que a verdadeira riqueza não vem apenas de bens materiais, mas também de ações virtuosas. A história também enfatiza que tentar usar esperteza e manipulação para superar os outros pode levar a resultados desastrosos.

Estrutura Narrativa: O conto segue uma estrutura tradicional de contos de fadas com uma introdução, desenvolvimento do conflito, clímax, e resolução, o que facilita a compreensão e apreciação oral.

Em suma, „O Nabo“ é um conto que utiliza o humor e a ironia para transmitir lições sobre humildade, generosidade e as armadilhas da inveja, enquanto a sua linguagem, apesar de simples, é rica e evocativa, preservando o encanto dos contos de outrora.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 146
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typs 1960D
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson33.1
Flesch-Reading-Ease Índice36.2
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice14.4
Coleman–Liau Índice9.1
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado6.2
Número de Caracteres6.049
Número de Letras4.703
Número de Sentenças72
Número de Palavras1.110
Média de Palavras por frase15,42
Palavras com mais de 6 letras196
percentagem de palavras longas17.7%
Número de Sílabas2.034
Média de Sílabas por palavra1,83
Palavras com três sílabas231
Percentagem de palavras com três sílabas20.8%
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