Childstories.org
  • 1
  • Contos bonitas
    para crianças
  • 2
  • Ordenado por
    tempo de leitura
  • 3
  • Perfeito para
    ler em voz alta
O urso e a carriça
Grimm Märchen

O urso e a carriça - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 8 min

Num belo dia de verão, o urso e o lobo passeavam por uma espessa floresta, na melhor harmonia possível. Eis que o urso ouviu o canto mavioso de um passarinho e perguntou:

-Meu irmão Lobo, que pássaro é esse que canta tão bem? – É o rei dos pássaros, – disse o lobo, – precisamos saudá-lo! Era a carriça. – Se é assim, – disse o urso; – eu gostaria de ver o seu palácio; mostra-mo. – Não é tão fácil como pensas! – disse o lobo. – Ê preciso esperar que a rainha entre. Nesse momento, chegou Sua Majestade a Rainha. Ela e o rei traziam no bico alguns bichinhos para alimentar os filhotes. O urso quis segui-los, porém o lobo segurou-o pela manga, dizendo-lhe:

– Ainda não; temos de esperar que o Rei e a Rainha saiam outra vez. Observaram bem o lugar em que se achava o ninho e foram-se embora. Mas o urso não tinha sossego, queria, por força, ver o palácio do rei dos pássaros, e, pouco depois, regressou àquele lugar. O rei e a rainha acabavam de sair, e ele, espiando com muito jeito, viu três filhotes acomodados no ninho das carriças. – Ê este o palácio real? – exclamou o urso desdenhosamente. – Que habitação miserável! Quanto a vós, pequenos implumes, não sois nada filhos de rei, e sim ignóbeis criaturas. Ouvindo isso, os pequenos filhotes ficaram indignados e gritaram, muito furiosos:

– Não, não somos o que dizes; nossos pais são realmente nobres e tu pagarás caro as tuas injúrias. A esta ameaça, o urso e o lobo ficaram com medo e foram refugiar-se nos seus antros. As pequenas carriças, porém, continuaram a gritar e a fazer um barulho enorme; quando os pais regressaram com a comida, disseram-lhes:

– Nós não comeremos uma só pata de mosca e não daremos um passo daqui, à custa de mesmo de morrer do fome, até que não nos proveis se somos nobres ou não. pois o urso veio aqui nos insultar. – Ficai tranquilos, – disse o rei; esta questão será resolvida. E voando com a rainha até o covil do urso, gritou:

– Velho rabujento, por quê insultaste meus filhinhos? Hás de pagar caro esta afronta, pois vamos fazer-te uma guerra de morte. Assim foi declarada guerra ao urso. Foram convocados todos os quadrúpedes: o boi, a vaca, o asno, o touro, o veado, o gamo; enfim, todos s animais de quatro
A carriça, por seu lado, convocou tudo que voa; não só os pássaros grandes e pequenos, mas também os mosquitos ou besouros, as vespas e os zangões. Ao aproximar-e o dia da batalha, a carriça enviou os seus espiões para saber quem era o comandante supremo do exército inimigo. O mosquito, que era o mais esperto, voou pela floresta até ao lugar onde se reunia o inimigo e ocultou-se debaixo de uma folha da árvore, sob a qual estava o mesmo dando a senha. O urso chamou o raposo e disse-lhe:

– Raposão, tu que és o mais astuto e velhaco de todos os animais, serás o nosso general e nos conduzirás à batalha. – De boa vontade, – respondeu o raposão; – mas qual será o sinal convencional que deveremos usar? Ninguém o sabia. – Escutai! – exclamou o raposão; – eu tenho uma bela cauda, comprida e basta como um belo penacho vermelho: enquanto eu a conservar levantada, as coisas vão bem e podeis marchar sem susto para dar o assalto; mas, se eu abaixá-la, é sinal que deveis fugir a toda pressa. Tendo ouvido bem isso tudo, o mosquito saiu voando e foi contar tintim por tintim à carriça. Ao raiar o dia em que se travaria o combate, os quadrúpedes aproximaram-se a galope, fazendo tal barulho que a terra tremia. Também a carriça chegou escoltada pelo seu exército, que zumbia, gritava, voava e ruflava assustadoramente; e de ambas as partes saíram a combater. A carriça encarregou o zangão de colocar-se debaixo da cauda do raposão e espetá-la com todas as
A primeira ferroada, o raposão estremeceu e levantou uma perna, mas resistiu e manteve a cauda levantada; na segunda, não pôde impedir de abaixá-la um pouco; mas, a terceira, não pôde aguentar e, gritando de dor, meteu a cauda entre as pernas. Vendo isto, os animais julgaram que tudo estava perdido e deitaram a fugir, correndo cada qual para a sua toca e assim os pássaros venceram a batalha. Então o rei e a rainha voaram imediatamente para o ninho onde estavam os filhotes, exclamando:

– Alegrai-vos, filhinhos, comei e bebei à vontade; vencemos a batalha! Mas os filhotes responderam:

– Não, ainda não comeremos; exigimos primeiro que o urso venha até aqui pedir desculpas e declarar que reconhece a nossa nobreza. A carriça, diante desta nova imposição, voou até o antro do urso e gritou-lhe:

– Velho rabugento, tens de pedir perdão aos meus filhinhos e declarar que reconheces a nossa nobreza; senão, ai de ti, te quebraremos as costelas. O urso encaminhou-se todo trêmulo de medo, apresentou-se diante do ninho e pediu perdão. Então as pequenas carriças ficaram satisfeitas, colocaram-se uma ao lado da outra, comeram e beberam alegremente, divertindo-se até altas horas da noite.

LanguagesLearn languages. Double-tap on a word.Learn languages in context with Childstories.org and Deepl.com.

Antecedentes

Interpretações

Língua

„O Urso e a Carriça“ é um conto dos Irmãos Grimm que aborda temas como arrogância, compreensão de nobreza e resolução de conflitos. No conto, o urso e o lobo encontram-se numa floresta e ouvem o canto de uma carriça, que o lobo apresenta ao urso como o rei dos pássaros. O urso, sem acreditar na importância ou nobreza da carriça, decide investigar o „palácio“ dos pássaros e, ao encontrá-lo, desdenha de sua simplicidade e insulta os filhotes chamando-os de ignóbeis.

Os filhotes se sentem profundamente ofendidos e decidem que não se alimentarão até que sua nobreza seja provada. Seus pais, ao retornar, prometem resolver a situação e declaram guerra ao urso. O resultado é uma batalha entre os quadrúpedes, liderados pelo raposo como general, e as aves, guiadas pela estratégia da carriça e seus aliados. O mosquito, espião dos pássaros, descobre que o sinal de retirada dos quadrúpedes é a cauda abaixada do raposo. A carriça, então, instrui o zangão a picar o raposo, levando-o a abaixar sua cauda e, assim, causar a retirada dos quadrúpedes, resultando na vitória dos pássaros.

Mesmo após a vitória, os filhotes exigem um pedido de desculpas do urso. Este, temendo por sua segurança, se desculpa, reconhecendo a nobreza das carriças. Somente então os filhotes ficam satisfeitos e comemoram.

O conto usa o simbolismo dos animais para transmitir lições sobre humildade, respeito, o desenrolar de mal-entendidos, e como os conflitos podem ser superados através de estratégias inteligentes e determinação, até mesmo pelos que aparentam vulnerabilidade.

O conto „O Urso e a Carriça“ dos Irmãos Grimm apresenta uma narrativa repleta de simbolismo e moral, como é comum nos contos de fadas. A história retrata a interação entre diferentes animais da floresta, explorando temas como arrogância, vingança, união e a definição de nobreza.

A Arrogância e suas Consequências: O comportamento arrogante do urso, que desdenha do ninho das carriças e insulta os filhotes, serve como um alerta sobre os perigos do orgulho e da presunção. A narrativa nos lembra que a arrogância pode levar a conflitos desnecessários e que a subestimação dos outros pode ter consequências inesperadas.

A Força da União: A história destaca a importância da união em tempos de dificuldade. Quando a carriça convoca todos os pássaros e insetos para lutar contra os quadrúpedes, isso demonstra que mesmo os seres aparentemente mais fracos podem se tornar poderosos quando trabalham juntos para um objetivo comum.

A Importância da Comunicação e Estratégia: A astúcia da carriça em enviar o mosquito como espião e o plano para atacar o ponto fraco do exército inimigo (a cauda do raposão) enfatizam a importância da inteligência e da estratégia em vez de depender apenas da força bruta.

Definindo a Nobreza: A insistência dos filhotes de carriça em provar sua nobreza remete à ideia de que a verdadeira nobreza não está nas posses ou aparência externa, mas sim nas ações e no caráter. Isso é afirmado quando o urso é obrigado a reconhecer a nobreza dos filhotes após sua derrota.

Retribuição e Perdão: O final do conto, em que o urso pede desculpas, demonstra que o caminho para a paz e a conciliação passa pelo reconhecimento dos erros e pela disposição de buscar o perdão.
Hierarquias de Poder:
O conto explora as hierarquias de poder na natureza, inicialmente subvertendo-as ao mostrar como os pequenos pássaros conseguiram derrotar os grandes animais terrestres. Isso pode ser visto como uma crítica à ideia de que o poder físico ou o tamanho determinam a autoridade e o respeito.
Moralidade e Justiça:
A história reflete uma noção de justiça que transcende as aparências, onde até mesmo os mais humildes podem exigir respeito e reparação para as ofensas recebidas, enfatizando valores de igualdade e respeito mútuo.
Lições para as Crianças:
Como muitos contos dos Irmãos Grimm, essa narrativa pode ser vista como um meio de ensinar às crianças valores morais importantes, como humildade, respeito pelos outros e a importância do trabalho em equipe.

Em síntese, „O Urso e a Carriça“ é uma história rica em lições e interpretações, utilizando a interação entre animais como uma metáfora para comportamentos e valores humanos universais.

A análise linguística do conto de fadas „O Urso e a Carriça“ dos Irmãos Grimm revela camadas de significado e nuances de linguagem que são características dos contos de fadas tradicionais.

1.

Estrutura Narrativa:
O conto segue a estrutura típica de uma fábula ou conto de fadas, com personagens antropomorfizados, um conflito central e uma resolução moral. O enredo é linear e direto, começando com a curiosidade do urso e culminando na guerra entre os quadrúpedes e os animais alados, seguido de uma resolução simples.

2.

Personificação e Metáfora:
Os animais são personificados, exibindo traços humanos como orgulho, raiva e a capacidade de se organizarem em um conflito militar. Neste caso, a partir de uma ofensa, temos todo um desenrolar que reflete questões de honra e hierarquia, comuns em sociedades humanas.

3.

Diálogo e Vozes:
O diálogo desempenha um papel importante na narrativa, destacando as diferenças de percepções entre os personagens. O urso e o lobo conversam inicialmente em um tom amistoso, mas o diálogo dos filhotes e dos adultos carriças adquire um tom defensivo e exigente. As vozes dos personagens são distintas, refletindo suas personalidades e papéis na história.

4.

Temas:

Nobreza e Classe Social: Os filhotes de carriça insistem em sua nobreza, e a guerra é travada em torno dessa questão. Isso pode ser visto como uma crítica sutil às preocupações humanas com status e hierarquia.
Conflito e Resolução: A guerra entre os grupos de animais é uma hipérbole divertida que ensina sobre as consequências do orgulho e da insensatez.
Justiça e Desculpas: A exigência de conflito até que o urso peça desculpas mostra uma moral sobre responsabilização e admitir erros como norma para resolução de conflitos.

5.

Linguagem e Estilo:
A linguagem do conto, como é típico nas histórias dos Irmãos Grimm, é simples e direta, apropriada para o público infantil ao qual se destinava originalmente. As descrições são sucintas, focando mais em ações e diálogos para mover a história adiante. O vocabulário inclui termos específicos de animais e comportamentos que enriquecem o cenário natural da história.

6.

Moral Implícita:
Como é comum em fábulas, há uma moral implícita, sugerindo que o orgulho e a boca descontrolada podem levar a consequências desnecessárias e que a verdadeira nobreza está em se comportar com humildade e honra.

O conto „O Urso e a Carriça“ demonstra como os Irmãos Grimm utilizavam motivos simples e diretos para criar histórias que, apesar de aparentemente infantis, refletem valores e ensinam lições sobre comportamento ético e social.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 102
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 222
TraduçõesDE, EN, EL, DA, ES, FR, PT, FI, HU, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson39.7
Flesch-Reading-Ease Índice30.5
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice16.3
Coleman–Liau Índice9.9
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado7.3
Número de Caracteres4.860
Número de Letras3.772
Número de Sentenças53
Número de Palavras864
Média de Palavras por frase16,30
Palavras com mais de 6 letras202
percentagem de palavras longas23.4%
Número de Sílabas1.632
Média de Sílabas por palavra1,89
Palavras com três sílabas213
Percentagem de palavras com três sílabas24.7%
Perguntas, comentários ou relatórios de experiência?

Os melhores contos de fadas

Direito autoral © 2025 -   Sobre nós | Proteção de dados |Todos os direitos reservados Apoiado por childstories.org

Keine Internetverbindung


Sie sind nicht mit dem Internet verbunden. Bitte überprüfen Sie Ihre Netzwerkverbindung.


Versuchen Sie Folgendes:


  • 1. Prüfen Sie Ihr Netzwerkkabel, ihren Router oder Ihr Smartphone

  • 2. Aktivieren Sie ihre Mobile Daten -oder WLAN-Verbindung erneut

  • 3. Prüfen Sie das Signal an Ihrem Standort

  • 4. Führen Sie eine Netzwerkdiagnose durch