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Henrique, o preguiçoso
Grimm Märchen

Henrique, o preguiçoso - Contos de fadas dos Irmãos Grimm

Tempo de leitura para crianças: 8 min

Era uma vez um grande preguiçoso chamado Henrique, o qual, embora não tivesse outra coisa a fazer senão levar diariamente a cabra a pastar, todavia, à noite, após terminado o dia de trabalho, punha-se a suspirar:

– É, na verdade, um trabalho penoso e cansativo o meu! Todos os dias ter de levar ao pasto esta cabra, um dia, depois outro, até o fim do outono! Se ao menos a gente pudesse deitar-se e dormir! Mas qual, é preciso manter os olhos bem abertos e ver que ela não estrague os tenros arbustos, que não entre nalgum jardim através das cercas e também que não fuja. Como é possível ter um pouco de paz e gozar a vida? Um dia, sentou-se num canto, muito concentrado, e ruminava como haveria de fazer para ficar livre daquele peso. Meditou longamente, mas em vão. De repente, porém, teve uma ideia. – Ah, já sei o que hei de fazer! – exclamou: – caso-me com a gorda Rina. Ela, também, possui uma cabra; junto com a dela poderá levar a minha, assim escusa que eu continue a estafar-me. Decidido isto, Henrique levantou-se, pôs em movimento os pobres membros cansados e atravessou a rua, pois era apenas essa a distância que o separava da casa onde habitavam os pais da gorda Rina. E pediu-lhes a mão da virtuosa e diligente filha. Os pais não perderam tempo a pensar. – Deus os fez e agora os junta! – disseram, e deram o consentimento. Assim pois, a gorda Rina tornou-se a esposa de Henrique e teve que levar ao pasto as duas cabras. Henrique folgava o dia todo e só tinha que descansar da sua grande preguiça. Uma vez ou outra ele dava uma chegada ao pasto, dizendo:

– Faço isto só para gozar melhor o descanso; caso contrário a gente acaba por não apreciá-lo bastante. Acontece, porém, que a gorda Rina não era menos preguiçosa que ele. E, um belo dia, disse:

– Querido Henrique, para que havemos de amargurar nossa vida sem necessidade e desperdiçar os melhores anos de nossa mocidade? Estas duas cabras, que com seu irritante balido nos despertam todas as manhãs no melhor do sono, não achas melhor dá-las ao nosso vizinho, em troca de uma colmeia? Poderemos colocar a colmeia no fundo do quintal, em lugar bem ensolarado e não teremos preocupações com ela. Não é preciso vigiar as abelhas nem levá-las a pastar; elas voam par conta própria c sozinhas encontram o caminho de volta para casa; além disso, produzem mel sem nos dar u menor amolação! – Falaste como mulher sensata, – respondeu Henrique; – acho que a tua ó uma propostu que deve ser levada a efeito imediatamente; além disso, o mel é muito mais saboroso e nutritivo do que o leite de cabra e pode ser conservado muito mais tempo. O vizinho deu de bom grado uma colmeia em troca das duas cabras. As laboriosas abelhas voavam de cá e de lá desde manhã cedo até à noite, e em pouco tempo encheram a colmeia do belíssimos favos dourados; portanto, quando chegou o outono, Henrique pôde colher um pote bem cheio de mel. Resolveram guardar o pote numa trave pregada bem em cima da cama, no quarto e, com receio de que os ratos pudessem achá-lo, Rina muniu-se de uma vara de aveleira e colocou-a ao lado da cama para tê-la à mão. sem ter necessidade de levantar-se, nem ter o incômodo de sair da cama para enxotar os prováveis intrusos. O preguiçoso Henrique não gostava nunca de levantar-se antes do meio-dia e costumava dizer:

– Quem levanta cedo, desperdiça o que é bom. Uma bela manhã, quando o dia já estava bem claro e ele ainda repousava nas fofas plumas, descansando do longo sono, ocorreu-lhe dizer à mulher:

– As mulheres gostam do que é doce e tu vives lambiscando o mel; antes que acabes com ele, tu sozinha, é melhor vendê-lo e comprar uma gansa com um gansinho. – Mas não antes que tenhamos um filho para tomar conta deles! – disse a mulher. – Achas, por acaso, que devo aborrecer-me com os gansinhos e despender inutilmente minhas forças com eles? – E tu achas que o menino cuidaria dos gansos? – retorquiu Henrique. – Hoje em dia, os filhos já não obedecem a ninguém, só fazem o que lhes dá na veneta, porque se julgam mais sabidos do que os pais; justamente como aquele criado que foi procurar a vaca tresmalhada e pôs-se a correr atrás dos melros. – Oh, – respondeu Rina, – pobre dele se não fizer o que eu mandar! Pegarei num pau e lhe curtirei a pele com pancadas! Olha, Henrique, – gritou ela exaltada, e pegou a vara que trouxera para enxotar os ratos: – olha, vê como lhe hei de bater! Assim dizendo, ergueu o braço para sacudir a vara, mas, infelizmente, bateu no pote de mel que estava em cima da trave; o pote bateu na parede e, caindo, despedaçou-se. O delicioso mel esparramou-se todo pelo chão. – Lá se foram a gansa e o gansinho, – disse Henrique, – agora não mais teremos que cuidar deles. Sorte que o pote não me caiu na cabeça, temos mesmo de nos regozijar com isso! E, vendo um pouco de mel num caco do pote, Henrique estendeu a mão, apanhou-o e disse muito contente:

– Aproveitemos este restinho, mulher; depois descansaremos um pouco deste grande susto que levamos. Que importa se nos levantarmos um pouco mais tarde do que de costume? O dia é sempre bastante comprido! – Sim, – respondeu Rina, – e chegaremos sempre a tempo. Sabes, uma vez a lesma foi convidada a um casamento, ela pôs-se a caminho mas só chegou no dia do batizado. Ao chegar diante da casa, sucedeu-lhe porém cair da cerca e então exclamou:

– Maldita a minha pressa!

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Antecedentes

Interpretações

Língua

O conto „Henrique, o preguiçoso“ dos Irmãos Grimm é uma história que ilustra o tema da preguiça e suas consequências, utilizando o humor e o absurdo para transmitir sua mensagem. Os personagens principais, Henrique e Rina, são exemplos de extremos em termos de preguiça, sempre procurando maneiras de evitar o trabalho, mesmo quando isso leva a resultados desfavoráveis.

A história começa com Henrique insatisfeito com seu simples trabalho de levar uma cabra para pastar. Procurando uma solução para sua „dura“ vida, ele decide se casar com Rina, uma mulher igualmente preguiçosa, na esperança de que ela assuma a tarefa. Rina aceita a ideia, e eles rapidamente encontram uma nova forma de escapar das responsabilidades ao trocar suas cabras por uma colmeia, que exige menos trabalho. No entanto, seu plano de viver confortavelmente do mel das abelhas não sai como esperado, pois acabam destruindo acidentalmente o pote de mel que estava guardado.

O conto satiriza a ideia de que se pode obter algo valioso sem esforço e critica aqueles que, como Henrique e Rina, preferem a comodidade à responsabilidade. A moral da história sugere que evitar o trabalho e buscar constantemente a facilidade pode levar a perder o que se tem. Além disso, a história nos diverte ao retratar uma série de decisões imprudentes e a ironia da situação deles ao final, quando sua preguiça os deixa sem nada, exceto um pouco de mel para compartilhar.

A escrita dos Irmãos Grimm neste conto é marcada por sua habilidade em intercalar humor e lições de moral, fazendo uso de personagens exageradamente preguiçosos para nos contar uma história que é tanto divertida quanto educativa.

O conto „Henrique, o preguiçoso“ dos Irmãos Grimm oferece uma visão humorística e crítica sobre a preguiça e a falta de iniciativa. Vamos explorar algumas possíveis interpretações deste conto de fadas:

Crítica à Preguiça e à Procrastinação: Henrique e Rina representam indivíduos que sempre escolhem o caminho de menor esforço, mesmo que isso signifique perder oportunidades de progresso ou sucesso. A história critica a atitude de adiar tarefas importantes e demonstra como a preguiça pode, ironicamente, levar a mais trabalho ou a perda de recursos, como o pote de mel.

Iniciativa e Responsabilidade Pessoal: O conto serve como um lembrete da importância de assumir responsabilidade por si mesmo em vez de buscar incessantemente maneiras de transferir obrigações para os outros. A tentativa de se esquivar de responsabilidades resulta em consequências negativas e, finalmente, em perda.

Consumo e Sustentabilidade: A troca das cabras por uma colmeia pode ser vista como uma reflexão sobre consumo e sustentabilidade. As abelhas representam uma solução mais eficiente e autossustentável comparada ao pastoreio das cabras. Ainda assim, a avidez e a falta de planejamento resultam em desperdício quando o pote de mel se quebra.

Comentários sobre Tradições de Casamento: A união de Henrique e Rina pode ser interpretada como uma sátira aos casamentos por conveniência ou sem verdadeira compatibilidade. Embora os dois compartilhem o traço da preguiça, a falta de ambição os impede de prosperar juntos.

Cuidado com o Pensamento a Curto Prazo: O conto mostra os perigos de preferir gratificações instantâneas e conforto temporário em vez de investir em cada etapa rumo ao futuro. Planos que não são bem considerados frequentemente resultam em fracasso, como visto com a quebra do pote de mel.

Humor como Forma de Reflexão: A forma humorística do conto pode ser utilizada para abrir discussões sobre autossatisfação excessiva e a tendência humana de se consolar mesmo em situações desfavoráveis, como demonstrado pela reação de Henrique ao desastre.

Este conto ressalta de maneira leve mas crítica como a falta de ação e o desejo de evitar esforço podem ter consequências imprevistas e, muitas vezes, frustrantes. Os personagens se satisfazem com pouco e findam em uma situação de estagnação, oferecendo uma lição sobre a importância do comprometimento e da visão de longo prazo.

O conto de fadas „Henrique, o preguiçoso“ dos Irmãos Grimm oferece um interessante panorama para análise linguística e temática. Através de uma narrativa simples e humorística, o conto aborda temas de preguiça, planejamento falho e as consequências de decisões impensadas.

Estrutura Narrativa: A estrutura segue o modelo tradicional de um conto de fadas, começando com „Era uma vez“ e narrando as aventuras e desventuras de Henrique, o protagonista. A trama desenrola-se com ação contínua, sem grandes saltos temporais ou desvios narrativos.

Personagens e Caracterização: Henrique é imediatamente caracterizado pela sua principal falha, a preguiça, que serve de motor para o enredo. A preguiça de Henrique é tão acentuada que se traduz em uma forma de raciocínio tortuoso, onde ele prefere casar-se para evitar o trabalho de cuidar de uma cabra. Rina, sua esposa, é retratada como igualmente preguiçosa, o que cria uma dinâmica cômica no conto. A decisão de trocar as cabras por uma colmeia e seu plano falido para comprar gansos adicionam camadas de ironia à narrativa.

Preguiça: A preguiça é o tema central, explorada através das ações e diálogos dos personagens. A troca das cabras por uma colmeia, e o subsequente acidente com o pote de mel, ilustra como a preguiça pode levar a desventuras.
Ironia e Consequência: A história é carregada de ironias, destacando as consequências das atitudes e decisões impensadas de Henrique e Rina. O clímax com o pote de mel quebrado simboliza a fragilidade de seus planos preguiçosos.

Linguagem: A linguagem utilizada é simples, mas eficaz para a construção do humor e do tom irônico da narrativa. As falas dos personagens, especialmente, são carregadas de uma lógica preguiçosa que resulta em situações cômicas. Expressões populares como „Deus os fez e agora os junta“ oferecem um toque de oralidade e autenticidade à história.

Moral: Como muitos contos de fadas, „Henrique, o preguiçoso“ carrega uma moral implícita — a de que a preguiça pode levar a ineficiência e infortúnios. No entanto, o tom levemente humorístico alivia a seriedade da moral, tornando-a mais uma crítica bem-humorada do que uma reprimenda severa.

Em suma, o conto utiliza a preguiça como um dispositivo narrativo para entreter e, ao mesmo tempo, refletir sobre a natureza humana. Através de personagens cômicos e situações irônicas, os Irmãos Grimm oferecem uma história que, embora simples, ressoa com o leitor através de sua abordagem humorística e moralista.


Informação para análise científica

Indicador
Valor
NúmeroKHM 164
Aarne-Thompson-Uther ÍndiceATU Typ 1430
TraduçõesDE, EN, DA, ES, PT, HU, IT, JA, NL, PL, RU, TR, VI, ZH
Índice de legibilidade de acordo com Björnsson36
Flesch-Reading-Ease Índice36
Flesch–Kincaid Grade-Level12
Gunning Fog Índice14.6
Coleman–Liau Índice9.3
SMOG Índice12
Índice de legibilidade automatizado7.2
Número de Caracteres5.345
Número de Letras4.145
Número de Sentenças57
Número de Palavras973
Média de Palavras por frase17,07
Palavras com mais de 6 letras184
percentagem de palavras longas18.9%
Número de Sílabas1.766
Média de Sílabas por palavra1,82
Palavras com três sílabas200
Percentagem de palavras com três sílabas20.6%
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